segunda-feira, 13 de outubro de 2014

O QUE ACONTECEU COM O 13 DE MAIO DE 2014.

Como dizemos na periferia baiana “então foi isso”, isso mesmo já estou a assistir os noticiários dás 20h do dia 13 de maio de 2014, ouvi e vi falar de crimes, resgates, da moda do momento, os protestos contra a copa do mundo no Brasil, passeata do MST( Movimento Sem Terra), comissão de gastos contra a copa, greve da Policia em Pernambuco etc.

Pois é hoje dia 13 de Maio, relato ao colega de profissão que por acaso é negro como eu e o mesmo responde “sim e daí” eu envergonhado disse hoje é dia de Nossa Senhora de Fátima, padroeira da cidade de Itabuna, viu o jornal não? E o silencio toma conta do ambiente.

13 de Maio de 2014, eu com 31 anos de idade pela primeira vez vejo a data passar despercebida, confesso que fiquei triste, mas no momento que vivenciamos hoje não foi surpresa para mim, um período de grandes reivindicações de classes operaria, policial, saúde, professores, não sei como nem por quê mas ficou ruim pra “todo mundo” entre aspas propriamente dito inclusive para políticos desse atual governo, não entraremos no mérito pois sou um simples analfabeto político cidadão sem voto, então se não faço nada para mudar esse quadro não reclamo.

Estamos a falar de 13 de maio deixemos o 12 de outubro pra outro momento. E La se vai o 13 de Maio, sem nenhuma reflexão, explanação ou citação a quem morreu, nasceu, de quem tem algo a contribuir ou contribuiu para essa nossa sociedade atual ou a que passou, nas condições das lembranças nossas a sociedade que virá, pode perder as esperanças.

13 de maio de 1888, em uma cidade com uma população predominante negra ter que assistir o noticiário da manha e só ouvir que se tratava do dia em homenagem a Nossa Senhora de Fátima foi um golpe baixo a esse liberto mas ainda escravo. No meu meio de convívio social, não vi ninguém relatar ou reclamar a data que em sua grande maioria são negros. Nossa Senhora de Fátima é negra, ou padroeira dos negros? Não vamos entrar no mérito de quem assinou a Lei Áurea, alguém lembra o que foi, ou o que significa isso? A Lei da Abolição da Escravatura assinada pela Princesa Isabel que durante todo o colegial respondíamos provas de conhecimentos históricos na qual a mesma era reverenciada, mas, esse ano de 2014não.

Alguns amigos Rábulas, e historiadores disseram-me que a Princesa Isabel assinou por livre e espontânea pressão, então não conta, vá entender, mas não foi nessa data que estamos livres? Aristóteles morreu em 322 a.C., em Cálcia, na Eubéia. Em seu testamento determinou a libertação de seus escravos. Foi essa talvez, a primeira carta de alforria da história. Mas na Grécia antiga não existiam negros, não foi a mesma escravatura.

Ouvi também que livre estávamos após a morte do nosso grandioso Zumbi dos Palmares símbolo da nossa luta contra todas as controvérsias humanistas com as pessoas de cor de pele negra e que o 20 de novembro dia da consciência negra é que deve ser comemorado, quem libertou o negro foi o próprio negro disse um amigo. Concordo mas acredito que a historia pode ou não ser contada por vencedores ou covardes que ficaram a acompanhar toda a batalha de longe escrevendo o que bem quer, ou que melhor seria para transparecer a uma nação.

2 comentários:

  1. Acredito, meu caro, que todos nós temos pelos menos 1% de probabilidade de escolha. Por mais que ideologias nos escravize nós, somente nós, podemos determinar se seremos escravos ou não. Nós, apenas nós, poderemos permitir que coloquem amarras e correntes nos nossos pés. E, principalmente nós, somos os únicos responsáveis por mudar nossa própria vida e pensamento. Não importa a maioria, façamos nossa parte em qualquer lugar. Ass: Colega de Lari =)

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    1. Sim colega de Lari, conheço vários exemplos de pessoas super determinadas mais sem qualquer oportunidade, ou seja, esta a margem da realidade, sem o básico para construção de no mínimo uma opinião consciente tornando assim escravizado pela necessidade de sobrevivência. Tivemos um mínimo suficiente de apoio educacional, tivemos a base que é a família nos não podíamos nos permitir ser escravizados o básico esteve ao nosso alcance, foi menos árduo o caminhar, houve vários pedregulhos mas posso citar em exemplo básico, fui a escola já sabendo contar, soletrar as vogais e cedo fui incentivado a pratica de esportes. Minha família já buscava me libertar dessas amarras, porém uma sociedade centralista onde poucos tem muito os demais são meros “escravos”

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